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Pelas próximas semanas estarei postando uma seleção de 15 poemas meus, inéditos até então. São textos de um livrinho, de gaveta por enquanto, que intitulei de “dias BLUE JEANS”, o que virá a ser a consolidação da minha primeira publicação impressa daqui a algum tempo. Os versos deste volume (ao todo 44 textos) foram esboçados durante um período de sete anos, com poesias regadas a noites, luas, música, erotismo romântico e um acréscimo de estética pop marginal. Elementos poéticos extraídos em meio aos ares semi-urbanos das montanhas do leste (ou pelo menos uma tentativa disso).
São então as memórias dos dias imaginários vistos em tons de blue jeans. Poesias, poemas e momentos de observação ao som de rock, grilos, ronco de automóveis e brisa de fim de tarde.
Portanto, humildemente apresento agora uma parte do meu “dias BLUE JEANS”. Torço para ter sido sincero e para que a leitura possa ser sugestiva.
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Um abraço.
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“Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clows de Shakespeare
— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.”
(Poética – Manuel Bandeira)
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Mil luas
Mil luas
em diferentes estágios
circulam as membranas
mitológicas de um ser frágil.
*
Mil luas
em obstantes presságios
iluminam as entranhas
sóbrias da mente de um visionário.
*
Ao cair da noite
as mil luas saltam das montanhas
revelando seres
no profundo verde dos campos
e no cinza concreto
das florestas urbanas.
*
E diga-se de passagem
as mil luas são estrelas
ou satélites imaginários
na pele do universo, tatuagens.
*
Brilhantes orquídeas: poesias;
em pleno deserto: miragens.
Mil luas
em diferentes estágios
circulam as membranas
mitológicas de um ser frágil.
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Mil luas
em obstantes presságios
iluminam as entranhas
sóbrias da mente de um visionário.
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Ao cair da noite
as mil luas saltam das montanhas
revelando seres
no profundo verde dos campos
e no cinza concreto
das florestas urbanas.
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E diga-se de passagem
as mil luas são estrelas
ou satélites imaginários
na pele do universo, tatuagens.
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Brilhantes orquídeas: poesias;
em pleno deserto: miragens.
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Ternura de passarinho
*
Quem me dera
conhecer a linguagem dos pássaros,
saber chegar onde as andorinhas,
para pairar solene
em pôr do sol de maio.
*
Quem me dera
saber assistir de breve
o amanhecer dos pombos,
povoar os céus em tardes
rubras de outono,
mergulhar rasante como
nenhuma máquina pode copiar.
*
Quem me dera
passear por vales distantes
onde o discurso único
seja o canto de uma águia rara,
*
****************************solitária.
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