Assistia a um documentário sobre pequenos organismo que habitam a terra. Entre eles, o caracol. Quando criança, lembro-me que sempre desenhava nas folhas soltas minhas paisagens imaginárias, e no cantinho do lúdico painel, lá por baixo, arrastava-se uma lesma ostentando um caramujo. As tatuagens à caneta Bic azul durante o ginásio também traziam a mesma figura, em traços mais (ou menos) definidos. E numa outra ocasião, já bem remota na memória, lembro-me de ter tentado manter um em cativeiro, dentro de uma redoma de vidro com água, pedras e musgos. Não sei bem que fim teve.
Mas hoje, de alguma forma, entendo o motivo pelo qual esta criatura ancestral tem estado presente nas recordações. Acho que é uma metáfora de algo que tenho em meu padrão de conduta. Assim como o invertebrado recolhe-se em sua concha espiralada para anoitecer seu sono, eu me recolho em minha ausência para depois amanhecer meus sonhos, quando novamente retorno à presença.
* * *
Enquanto recolhido, o mundo lá fora girava:
1- a última crônica que publiquei por aqui é sobre o primeiro jogo do Brasil da copa 2010. Esperava que sobre o último jogo pudesse também escrever sobre o Brasil. Não deu;
2- curti bastante o frio daqui, que agora parece já ter amenizado um pouco, embora seja pleno inverno;
3- fui novamente ao Pico da Bandeira completando a minha 8ª vez no topo da montanha, e talvez tenha sido a melhor escalada que já fiz por lá, pela lua, pela galera, pelo visual, pela sensação (escreverei uma crônica sobre isso depois);
4- arrumei um serviço temporário numa escola do Espírito Santo e durante uma semana atravessava a fronteira entre os dois estados pelo menos duas vezes por dia;
5- assisti a alguns filmes e descobri algumas páginas interessantes na web (darei a dica pelos próximos dias);
6- andei ouvindo Arctic Monkeys e um the best do Cranberries;
7- estou aguardando ansioso pelo show do Zé Ramalho que vai ter aqui nas montanhas no dia 23 de julho (espero por esse show há uns quinze anos);
8- assim como todos os brasileiros, senti a derrota da seleção no mundial. E também vibrei pelos quatro gols no traseiro do Maradona, nos servindo de uma espécie de amparo moral. Mas 2014 o hexa é nosso;
9- por isso, a vida continua e;
10- na próxima quinta-feira tem crônica novamente por aqui.
Um comentário:
obrigado, cara!
grato encontro.
abraço!
Everton Behenck
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