Blog de Farley Rocha

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Homem flutuante


O homem flutuante não procura mais se ater aos portos de velhas rotinas. Não mais ancora suas retinas pelos cais das coisas comuns típicas dos quintais e esquinas.

O homem que agora flutua, flutua pra bem longe de sua corriqueira realidade. Em instantes vai de polo a polo e por onde quer que queira se guia, mesmo aos extremos mais distantes. Basta querer e só isso pra ele é poder. Porque o homem agora não ancora. É flutuante.

De forma nômade o homem flutua pra onde pensamentos são construídos por diversas culturas, flutua desde os Andes ao Himalaia comparando em segundos uma Inca múmia a um fóssil congelado nas asiáticas alturas; penetra em casas de câmbio, em museus, em estádios, em campus, transita por sobre vilas antigas, viadutos e pântanos. O homem flutua aos quatro cantos.

Flutuante o homem se sente, mas se sente distante de si quando flutua clicando à revelia. Porque no fundo quando o homem flutua não se toca de que on-line ele está mesmo à deriva.
*
Como um almirante com rota alienada, flutuante num mar de possíveis tecnologias.

2 comentários:

José Fernandes disse...

Meu amigo Farley.
É muito bom ler o que você escreve!
As suas criações literárias no seu blog, têm sido geniais (não estou fazendo elogio gratuito, só para ficar bonito no blog, não. Estou sendo sincero mesmo!). Eu não sou, exatamente, um frequentador de blogs, e você percebe isso, já que quase nunca posto comentários aqui no seu. Uma pergunta: Nós, seus fãs não blogueiros, poderemos, um dia, ler tudo isso que você escreve publicado nas páginas de um livro impresso? Meu abraço.

Camila de Souza disse...

E flutuando por aí, o homem flutuante me encontra.

Que prazer.

Um abraço,
Camila
ilimitada-mente.blogspot.com