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(Capa: Tonho Oliveira) |
* * *
Ilustres seguidores,
Por não saber exatamente o que devo dizer neste lançamento virtual do meu primeiro livro de poesias, deixarei registrado abaixo apenas algumas reflexões que, acredito, disfarçarão minha falta de inspiração ou, na ocasião, minha incompetência literária propriamente dita. Portanto, vamos lá:
Eu: como muitos da minha geração, poetas de escrita ou de filosofia de vida, meu primeiro contato com a poesia se deu através da música. Lembranças da minha cada vez mais distante adolescência interiorana remetem a cenários arquitetados por madrugadas estreladas e frias, povoadas por personagens meio junkies meio caipiras, numa espécie de culto aos deuses da guitarra e da transgressão, enquanto sentávamos em bandos pelos bancos da pracinha ou na soleira das portas dos casarões antigos da cidade. Ali, sempre havia uma trilha copiada pelo violão ou partindo do radinho portátil que levávamos na mochila. Enquanto Espera Feliz dormia, nós, seus “adolescentes subterrâneos” de entre-séculos, gastávamos a noite explanando ingênuas teorias sociológicas sobre os homens e tendo conversas infinitas sobre música e cultura pop, geralmente dividindo uma meiota de vodka barata. O que só fui descobrir depois é que assim fazíamos poesia, não como os poetas de ofício mas como quem vive os pequenos detalhes da vida em tom de euforia. E de um modo muito particular, tentando construir pequenos universos paralelos cada um com sua própria história, comecei a esboçar estes e outros cenários através de textos os quais, aos poucos, fui deduzindo serem poemas. Daí surgiu o livro, trabalhado e retrabalhado múltiplas vezes desde os seus primeiros acordes gramaticais.
O livro: “Mariposas ao Redor”, que nem sempre teve esse nome, é uma coletânea composta por quarenta e quatro poemas escritos ainda na primeira metade dos anos 00. Constitui o apanhado entre muitas poesias que rascunhei durante aquele período, quando estava descobrindo a beleza da sua total inutilidade prática e transformando, a meu modo, essa arte numa peculiar obsessão compulsiva. Disso resultaram meus poeminhas de primeira leva, que possuem (assim os considero) uma pegada talvez underground sobre temas que variam entre amor, erotismo, paisagens oníricas e contemplação dos instantes quotidianos. De caráter despretensioso, desdobram-se a partir de um eixo central que defino como sendo a “noite e todas as possibilidades que ela oferece a seus habitantes". Acho que daí vem um dos prováveis sentidos do título: mariposas, seres de hábito noturno, voam ao redor e testemunham o que a noite guarda e revela, seus encantos, encontros, solidões e a epifania desvairada sob a luz da lua ou no silêncio do escuro. E elas voam estabanadas tanto quanto o voo que os poemas do meu livro sugerem: textos carregados de ingenuidade não só do fazer poético como também da pureza dos sentimentos do autor, como quem vislumbra o fenômeno da poesia pela primeira vez; a mesma pureza do breve instante quando as mariposas se lançam no ar.
Eu: como muitos da minha geração, poetas de escrita ou de filosofia de vida, meu primeiro contato com a poesia se deu através da música. Lembranças da minha cada vez mais distante adolescência interiorana remetem a cenários arquitetados por madrugadas estreladas e frias, povoadas por personagens meio junkies meio caipiras, numa espécie de culto aos deuses da guitarra e da transgressão, enquanto sentávamos em bandos pelos bancos da pracinha ou na soleira das portas dos casarões antigos da cidade. Ali, sempre havia uma trilha copiada pelo violão ou partindo do radinho portátil que levávamos na mochila. Enquanto Espera Feliz dormia, nós, seus “adolescentes subterrâneos” de entre-séculos, gastávamos a noite explanando ingênuas teorias sociológicas sobre os homens e tendo conversas infinitas sobre música e cultura pop, geralmente dividindo uma meiota de vodka barata. O que só fui descobrir depois é que assim fazíamos poesia, não como os poetas de ofício mas como quem vive os pequenos detalhes da vida em tom de euforia. E de um modo muito particular, tentando construir pequenos universos paralelos cada um com sua própria história, comecei a esboçar estes e outros cenários através de textos os quais, aos poucos, fui deduzindo serem poemas. Daí surgiu o livro, trabalhado e retrabalhado múltiplas vezes desde os seus primeiros acordes gramaticais.
O livro: “Mariposas ao Redor”, que nem sempre teve esse nome, é uma coletânea composta por quarenta e quatro poemas escritos ainda na primeira metade dos anos 00. Constitui o apanhado entre muitas poesias que rascunhei durante aquele período, quando estava descobrindo a beleza da sua total inutilidade prática e transformando, a meu modo, essa arte numa peculiar obsessão compulsiva. Disso resultaram meus poeminhas de primeira leva, que possuem (assim os considero) uma pegada talvez underground sobre temas que variam entre amor, erotismo, paisagens oníricas e contemplação dos instantes quotidianos. De caráter despretensioso, desdobram-se a partir de um eixo central que defino como sendo a “noite e todas as possibilidades que ela oferece a seus habitantes". Acho que daí vem um dos prováveis sentidos do título: mariposas, seres de hábito noturno, voam ao redor e testemunham o que a noite guarda e revela, seus encantos, encontros, solidões e a epifania desvairada sob a luz da lua ou no silêncio do escuro. E elas voam estabanadas tanto quanto o voo que os poemas do meu livro sugerem: textos carregados de ingenuidade não só do fazer poético como também da pureza dos sentimentos do autor, como quem vislumbra o fenômeno da poesia pela primeira vez; a mesma pureza do breve instante quando as mariposas se lançam no ar.
O conteúdo deste meu livro de estreia talvez já não corresponda tanto ao que venho produzindo nos últimos tempos (produção esta que se resume a este blog e a milhares de projetos jamais colocados em prática). Mas o vejo conforme um especial afeto muito íntimo, pois ele marca o primeiro momento em que comecei a enxergar o mundo através de óculos de aro grosso os quais muitos dizem só serem usados pelos verdadeiros poetas (e disso me fica a eterna dúvida se de fato sou um deles, já que costumo usar somente meus óculos escuros).
O bookblog: publico meu livro na versão online, sob um formato que denominei de bookblog. Fiz uso dos recursos disponíveis pelos suportes da web e os adaptei para o conteúdo de um livro, com capa, apresentação e todas as outras informações que constam em um livro convencional. Seu acesso é irrestrito e pode ser lido no ar, anexado aos “favoritos” ou impresso pela versão PDF. Mais à frente, talvez venha a publicá-lo em páginas de papel, com cheiro e textura de verdade.
Extras: neste lançamento oficial das “mariposas...” faço um agradecimento especial aos poetas Luiz Fernando Priamo, por ter concedido o prefácio para minha obra e pelas correspondências literárias constantes, e Nicole Rodrigues, pelo belo texto de apresentação que escreveu para o livro e o intercâmbio blogueiro-poético que mantemos há algum tempo; agradeço também ao desenhista Tonho Oliveira, por ter elaborado a arte da capa com muita sensibilidade e leveza. “Mariposas ao Redor”, depois de já ter passado por três outros títulos completamente distintos, vem a público sob sua forma definitiva e no mesmo ano que completo dez anos de contato com a poesia, fruto do meu (sonhador) olhar poético sobre o mundo.
Assim, depois de ter tentado humildemente ser elegante com essas palavras comedidas e meio sem graça de “poeta” estreante que sou, apresento meu pequeno talismã que chamo carinhosamente de “Mariposas ao Redor” (ou "o livro das insônias no interior de Minas") para a apreciação ou depreciação de quem por ventura estiver lendo isso agora.
Abraço grande a todos e boa leitura!
Para acessar o bookblog, clique no link abaixo:
Mariposas ao Redor.blogspot.com
O bookblog: publico meu livro na versão online, sob um formato que denominei de bookblog. Fiz uso dos recursos disponíveis pelos suportes da web e os adaptei para o conteúdo de um livro, com capa, apresentação e todas as outras informações que constam em um livro convencional. Seu acesso é irrestrito e pode ser lido no ar, anexado aos “favoritos” ou impresso pela versão PDF. Mais à frente, talvez venha a publicá-lo em páginas de papel, com cheiro e textura de verdade.
Extras: neste lançamento oficial das “mariposas...” faço um agradecimento especial aos poetas Luiz Fernando Priamo, por ter concedido o prefácio para minha obra e pelas correspondências literárias constantes, e Nicole Rodrigues, pelo belo texto de apresentação que escreveu para o livro e o intercâmbio blogueiro-poético que mantemos há algum tempo; agradeço também ao desenhista Tonho Oliveira, por ter elaborado a arte da capa com muita sensibilidade e leveza. “Mariposas ao Redor”, depois de já ter passado por três outros títulos completamente distintos, vem a público sob sua forma definitiva e no mesmo ano que completo dez anos de contato com a poesia, fruto do meu (sonhador) olhar poético sobre o mundo.
Assim, depois de ter tentado humildemente ser elegante com essas palavras comedidas e meio sem graça de “poeta” estreante que sou, apresento meu pequeno talismã que chamo carinhosamente de “Mariposas ao Redor” (ou "o livro das insônias no interior de Minas") para a apreciação ou depreciação de quem por ventura estiver lendo isso agora.
Abraço grande a todos e boa leitura!
Para acessar o bookblog, clique no link abaixo:
Mariposas ao Redor.blogspot.com
13 comentários:
tenho certeza do seu sucesso!!!! parabéns pela conquista!!!
↓
Parabéns Farley!
SUCESSO!
Eu gostei antes, gosto agora e gostarei sempre!
Abraço-tchê!
:o)
cara, muito bacana teus poemas...já baixei, li alguns,... gostei de Utopia.
Tens um pé na terra e outro nas estrelas.
Gracias pelo presente/! Parabéns!!
*viu?! eu vim!!♫
Olá Farley. Parabéns pelo trabalho!!!! Muito bom msm!!!
Sucesso garoto!!!
Aí, rapaz, nem dói jogar o filho no mundo!!
Parabéns!
Abraço!
Parabéns Farley, por essa iniciativa. Ficou tudo muito bonito e prático. Você é um grande poeta. O grande público precisa conhecer o seu trabalho. Desejo-lhe muito sucesso.
adoro seu blog, sempre estou por aqui .. (: baixei o seu livro , e o que eu li até agora adorei! parabéns professor ! hahaah :**
Buáááá, buáááá, buáááá... parabéns pelo filho e por não precisar sentir dor ao pari-lo! (rs).
Já baixei e li tudinhos, do começo ao fim! Uma delícia de leitura!
:-)
Meu parabéns!! Sensacional! Sucesso!!
[]s
Sensacional !!! dito, 1ª noticia do jornal leste poético.
O mesmo seria primeira capa, quase em texto de ODE, sem exageros.
Mariposas foi uma ideia brilhante (melhor seria vaga lumes ).
Minha mais honesta gratidão, amigos. E meu mais honesto sentimento: espero não ter decepcionado!
Abraços
Parabéns pelo livro, desejo-lhe muito sucesso.
um abraço
oa.s
Oi Farley! Não falei que vinha? Adorei a sua forma de lançamento do livro. Suas Mariposas anda livre e já há muito saíram de Minas.
Muito sucesso para ti.
Abs,
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