Blog de Farley Rocha

segunda-feira, 1 de março de 2010

O poeta de Minas, do Brasil e do mundo

* * *
Cidadezinha Qualquer
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Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar
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Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
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Devagar... as janelas se olham.
*
Eta vida besta, meu Deus.


* * *

Carlos Drummond de Andrade é o poeta que eu mais lia nos tempos de faculdade, e sempre que sinto falta releio. Aprecio do mestre a sua mineiridade como ato de fuga e de retorno, a relação simples que faz entre o seu mundo interior e o que existe cá fora conforme sua inventividade poética e, em primeiro lugar, a sua subserviência diante da palavra equilibrando a isso o seu quotidiano de cidadão comum. Aspectos que já o certificam por si só como o grande Poeta do povo brasileiro (e dos sentimentos do mundo a fora).

No site oficial do autor há a sua biografia e bibliografia, fotos, textos e vídeos diversos (destaque para a Rádio Drummond, com poemas do tipo “José” e “No meio do caminho” em versão remix).

Confira aqui.

Um comentário:

Luiz Fernando "Mirabel" disse...

Drummond é o 'mineiro universal'...penso que ele nos traduziu bem, porém, precisou sair para enxergar...

Devíamos aproveitar esse auto reconhecimento para fazer crescer o que somos...

Nós daqui ou de lá...quietos ou gritando...somos isso...e a poesia que enerva e beira o anonimato terá a sua vez!