Blog de Farley Rocha

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Se movendo dentro do relógio (MINICRÔNICA)

Acordando, desligo o alarme do celular sobre a cômoda que me desperta para o dia, e nele vejo os números que marcam o tempo. No trabalho, frente ao monitor ligado, vejo o pulo dos minutos na parte direita inferior da tela. Às seis da tarde, ouço o badalar do sino da igreja de São Sebastião. Numa lan house, o display marca meu tempo gasto. Mais tarde, já noite alta, em qualquer parte da minha casa ouço o tic-tac do relógio de parede. No sossego do meu silêncio, até lá o tempo também corre.

Querer a liberdade desse extremo tão presente em tudo, só no sono. Deito.

Engano. Antes de qualquer sonho, algo me faz lembrar de todos os outros relógios que não se apagam em nenhum de meus momentos: ouço meu coração pulsar, a duas batidas por segundo.
E não durmo...

2 comentários:

Antonio Luiz disse...

Depois de algum tempo, poder reencontrar Farley numa nova faceta (ao menos para mim que não o conheci poeta) é motivo de grande satisfação. Penso que a poesia, entre tantas coisas, é uma forma de expurgar nossos demônios (e anjos) interiores e tornar nossa passagem na terra mais interessante, menos superficial. Eu que acredito na "palavra" e no poder que ela tem sobre os homens (ao menos para os que sabem compreendê-la), me comprometo a visitar o blog com mais freqüência para poder me plenificar com tanta sutileza. Parabéns pelo trabalho...

José Fernandes disse...

Que beleza de crônica! Parabéns Farley. Você tem talento para a escrita breve, transformando pequenos lances da vida em arte pura. Já lhe falei isso uma vez, lembra? Aquele abraço, meu amigo!